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Desafios e futuro dos cursos de Medicina Veterinária são temas de encontro promovido pelo CRMV-RS
17/05/2023

As visitas realizadas pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) às faculdades da área pelo Estado mostraram a necessidade de discutir os rumos da profissão. “Por onde estivemos, ouvimos dos coordenadores de curso a necessidade de debater a educação e, por isso, estamos realizando este importante encontro para discutir a Medicina Veterinária em todos os seus contextos”, disse o presidente do CRMV-RS, Mauro Moreira, na abertura do evento realizado nesta segunda-feira (15) e que reuniu mais de 50 pessoas de todo o Rio Grande do Sul no auditório do Senge, em Porto Alegre. O evento contou com o apoio do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). 

 

A programação, que se estendeu das 8h30min às 18h30min, contou com palestras e com a mesa redonda “Coordenadores de Curso: Experiências Pessoais nas Implementações dos PPCs de Acordo com as Novas DCNs”, na qual os coordenadores de curso trocaram suas vivências com os acadêmicos. “Foi um dia de trabalho, para tirar dúvidas e de definir diretrizes que podemos levar adiante”, destacou Mauro. “Tenho certeza que é um dos temas hoje de total importância para nossa profissão. Temos gargalos, mas precisamos discutir qual o futuro que nós queremos para a nossa profissão”, pontuou o presidente do CRMV-RS.

 

Confira alguns dos temas apresentados pelos palestrantes durante o encontro.


Demografia da Medicina Veterinária do Brasil
Professor Antonio Felipe Paulino de Figueiredo Wouk

• Ou se regula a oferta de graduados em Medicina Veterinária no Brasil, ou a precarização da profissão se tornará crônica, com enfraquecimento da nossa cultura profissional, dos nossos valores e dos nossos princípios éticos e morais. 
• É necessário um trabalho enérgico e constante junto às esferas decisórias do Estado, visando as alterações legislativas necessárias para controlar a demografia médicoveterinária no Brasil
• Também é importante que os médicos-veterinários brasileiros encontrem posições de trabalho atrativas e recompensadoras financeira e emocionalmente, para que sigam na profissão. 
• É necessário buscar meios para fomentar uma rede de geração e gestão de dados e informações, bem como incentivar a sua utilização. Somente com informações de qualidade, conformando um cenário de referência, será possível tomar decisões mais conscientes e acertadas pelos gestores e profissionais 
• Estruturaremos o Observatório Nacional da Medicina Veterinária, no Brasil.

 

Diagnóstico da Qualidade do Ensino da Medicina Veterinária pela CNEMV/CFMV
Professora Maria Clorinda Soares Fioravanti
• No Brasil, a relação Médicos Veterinários/1000 habitantes é extremamente alta, assim como o número de instituições de ensino superior com cursos de Medicina Veterinária.
• Diante de todas as considerações apresentadas nesse documento, a Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV) irá encaminhar um ofício a Presidência do CFMV solicitando: 
➢ Protocolar uma ação civil pública pedindo a suspensão da abertura de novos cursos de graduação na área da Medicina Veterinária. 
➢ Solicitar a paralisação de abertura de novas turmas em faculdades em atividade que já tenham a graduação aprovada pelo MEC, cujo conceito seja inferior a 3. 
➢ Demandar que as avaliações institucionais externas, em atendimento ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior seja realizada pelo MEC, in loco, ou seja de forma presencial, a exemplo do que acontece nos cursos de Medicina e Enfermagem.
➢ Agendar reunião com a SERES/MEC para entregar cópia do relatório técnico sobre o diagnóstico de situação.

 


Diretrizes Curriculares Nacionais da Medicina Veterinária
Professor Rafael Gianella Mondadori

Desafios: 
Não aumentar (muito) a carga horária nominal do curso (possíveis ações):
- Adequação dos currículos
- Atividades de extensão em área de conhecimento específica
- Metodologias que reduzam a carga horária nominal em "sala de aula" do curso, ampliando os espaços de aprendizagem de caráter autônomo (metodologias ativas, entre outras - Não se aplicam a todas as disciplinas!)
- Regra de Transição (evitar retenção)
- Recursos (Humanos e financeiros)
- Transporte e seguro para as atividades
- Reconhecimento como encargo Docente
- Distribuição da carga horária em cursos noturnos
- Articulação com a comunidade externa

 


Ações Institucionais para a Implementação da Curricularização da Extensão nas IES
Professor João César Netto

Princípios das ações pedagógicas:
•    Bem-estar animal
•    Sustentabilidade ambiental
•    Ética
•    Expectativas humanas e sociais
Formação profissional:
•    Bem-estar animal
•    Saúde animal, pública e ambiental
•    Meio ambiente e animais selvagens
•    Biossegurança
•    Bioterismo
•    Medicamentos, imunobiológicos
•    Saúde única, estratégias de saúde na família
•     Doenças emergentes e reemergentes
•    Meio ambiente, bem-estar, legislação e ética – temas transversais
•    Deverá utilizar metodologias ativas

 

Curricularização da Extensão nos Cursos de Medicina Veterinária
Professora Fabiane Borelli Grecco

Formação complementar
•    Atividades curriculares que, em consonância com as orientações da RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 3, DE 15 DE AGOSTO DE 2019, devem contemplar atividades de ensino, pesquisa e extensão. 
•    No curso de Medicina Veterinária serão apresentadas como Atividades Complementares (item 3.7 do PPC). O aluno deverá realizar um total de 60 horas, que poderão ser validadas em atividades de ensino, pesquisa, extensão. O cômputo das horas será realizado conforme o quadro referência disponível no Projeto Pedagógico do Curso.
•    Resumidamente, as atividades reconhecidas como complementares são: a participação do aluno em iniciação científica, monitorias, apresentação de trabalhos em encontros técnicocientíficos profissionais, publicação científica, participação em encontros científicos da área, estágios não obrigatórios, cursos técnicos da área, participação em atividades de extensão e tempo comunidade. Casos omissos poderão ser avaliados pela coordenação do curso.
•    No contexto do curso de Medicina Veterinária da UFPEL, o estágio curricular obrigatório é organizado e coordenado por uma Comissão de Estágio Curricular Supervisionado (CECS), constituída por docentes membros do colegiado de curso e representantes do núcleo de formação específica e é presidido pelo coordenador adjunto do curso. O componente curricular obrigatório será desenvolvido nos dois últimos semestres (nono e décimo semestres) do curso de graduação com distribuição equitativa (50%-50%) da carga horária da seguinte forma: a. As atividades pertinentes ao nono semestre (420 h) OBRIGATORIAMENTE serão desenvolvidas entre as grandes áreas constantes das DCNs e DEVERÃO ser realizadas em instalações próprias da instituição como laboratórios, departamentos, bem como no Hospital de Clínicas Veterinárias. 
•    Durante este semestre, as atividades serão definidas pelos responsáveis pelos setores em conformidade com as orientações da Comissão de Estágio Curricular Supervisionado. Salienta-se que a distribuição entre as áreas seguiu as DCNs de 2019 (Art. 18. - A estrutura do Curso de Graduação em Medicina Veterinária deverá assegurar: III - utilização de diferentes cenários de ensino-aprendizagem permitindo ao estudante conhecer e vivenciar situações variadas de vida, da organização da prática e do trabalho em equipe multiprofissional) e a distribuição da carga horária entre as áreas foi deliberada levando em consideração a possibilidade de casuística prática (serviços à comunidade), podendo ser alterada.