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No Dia Internacional das Mulheres, data para comemorar vitórias e reforçar as lutas, o CRMV-RS presta sua homenagem às médicas veterinárias e zootecnistas
08/03/2020

Neste dia 8 de março, data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, as médicas veterinárias e zootecnistas são protagonistas, junto com trabalhadoras das mais diferentes áreas, no crescimento e importância da participação feminina no mercado de trabalho. Na Medicina Veterinária e Zootecnia, dos 90 mil profissionais registrados nos conselhos regionais, elas representam 48,93% dos inscritos.



As estatísticas são semelhantes no Rio Grande do Sul: dos 12.954 médicos veterinários inscritos, são 6.668 homens (51%) e 6.286 mulheres (49%). Na Zootecnia, são 534 profissionais, 370 deles homens (69%) e 164 mulheres (31%).



Essas profissionais dedicam suas carreiras não apenas à saúde e ao bem-estar dos animais, uma vez que as clínicas e consultórios veterinários são apenas algumas das atividades que compõem uma lista com mais de 80 áreas de atuação. Essas profissionais também têm papel fundamental na preservação da saúde pública, são responsáveis pela qualidade dos alimentos de origem animal que chegam à mesa dos brasileiros e atuam para garantir a sustentabilidade ambiental do planeta.



Não é só a sua presença e importância no mercado de trabalho que avança. A participação em entidades de classe, conselhos profissionais e cargos de chefia na iniciativa privada têm sido crescente. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) se destaca por ter sido pioneiro do Brasil a ter uma diretoria composta apenas por mulheres: a médica veterinária Lisandra Dornelles, presidente, a zootecnista Angélica Pinho, vice-presidente, e as médicas veterinárias Marianne Lamberts, secretária-geral e Eliane Goepfert, tesoureira. Eleitas em 2018, também protagonizaram um pleito no Conselho gaúcho, com a maior votação já registrada na autarquia, com a participação de 80% dos profissionais inscritos.



Muitos avanços ocorreram e são motivo de comemoração, mas ainda há muito espaço para ser ocupado. Hoje, nos 27 CRMVs, as mulheres representam 30% do total de diretores e conselheiros – são 128 contra 424 homens. O CRMV-RS, criado em 1969, levou seis anos para ter uma conselheira, 12 anos para que duas ocupassem essas cadeiras, 18 anos para contar com uma integrante na Diretoria e 49 anos para eleger sua primeira presidente.



A luta para ocupar lugares de destaque no mercado de trabalho e buscar a igualdade tanto em questões salariais quanto em cargos de chefia é constante. Não é à toa que a Organização das Nações Unidas (ONU), responsável por oficializar, em 1975, o 8 de março como Dia Internacional da Mulher, tem como tema da campanha deste ano o mesmo que motivou a criação da data: “Eu sou a Geração Igualdade: concretizar os direitos das mulheres” (leia mais em encurtador.com.br/jqAX6/).



O Dia Internacional das Mulheres tem suas origens na luta de mulheres que trabalhavam em fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa que buscavam melhores condições de trabalho e igualdade de direitos no início dos anos 1900 (leia sobre a história em encurtador.com.br/mpyK8).



Pesquisa do Dieese com dados apurados em 2019 revelam que, no Brasil, o rendimento mensal médio de mulheres com ensino superior (em todas as áreas de atuação) foi 38% menor que o dos homens. Quando ocupam o mesmo cargo de diretoria ou gerência que os homens, elas recebem 29% a menos.



Não há dados nacionais específicos que comparem os salários na Medicina Veterinária e Zootecnia entre gêneros, mas pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2013 revela que, apesar da porcentagem de profissionais homens e mulheres ser muito parecida – os salários pagos às profissionais eram, em média, US$ 24 mil dólares/ano menores que o dos colegas (leia mais em encurtador.com.br/jvHR6).



Mas muitos avanços estão por vir graças às mudanças culturais que as mulheres promoveram ao longo dos anos, com conquistas de diretos e investimento em educação - com mais anos de estudo e em maioria no ensino superior. A estimativa é que, até 2030, a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais que a masculina, indica estudo do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (leia mais em hencurtador.com.br/GN159).



E, no que depender da determinação, qualificação e profissionalismo das trabalhadoras, esses espaços serão cada vez mais ocupados por elas. A todas, o reconhecimento e a homenagem do CRMV-RS neste dia.



Foto de Felipe Farias



Da esquerda para a direita atrás: Eliane e Marianne.

Da esquerda para a direita à frente: Lisandra e Angélica.