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CRMV-RS orienta sobre o bem-estar das ovelhas com a tosquia
18/10/2019

O Rio Grande do Sul registrou a morte de milhares de ovelhas nos últimos dias em decorrência da esquila dos animais em um período de mudança radical das condições climáticas. Ao todo, 2,7 mil animais morreram em propriedades da Fronteira Oeste do Estado, nas cidades de Quaraí, Alegrete e Uruguaiana, onde a sensação térmica chegou a 42 graus no sábado, dia 12 de outubro, e despencou para 5 graus nas madrugadas seguintes. A Comissão de Agronegócio, Empreendedorismo e Extensão Rural do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) orienta aos produtores da importância de conferir a previsão do tempo antes de tosquiar as ovelhas.

 

A mudança de temperatura no fim de semana passado, por exemplo, estava sendo anunciada pelos serviços de meteorologia e, nesses casos, o procedimento deve ser evitado. “Mais do que o frio, é a combinação de vento e chuva, como a registrada, que faz com que os animais não consigam manter a temperatura e acabem morrendo”, explica o médico veterinário Eduardo Amato Bernhard, secretário da Comissão. Outra dica é molhar os animais logo depois da esquila. “Essa prática pode minimizar o choque térmico”, orienta.

 

A esquila é de fundamental importância para o bem-estar dos animais e de todo o rebanho. Ao contrário de cães e gatos, que trocam a pelagem de forma frequente, as ovelhas mantêm a mesma lã por toda vida. “Ovinos não tosquiados ficam com excesso de lã, o que requer mais esforço de mobilidade e gasto de energia dos animais”, destaca Bernhard. Além disso, a lã espessa prejudica a capacidade de regular a temperatura corporal, causa superaquecimento em períodos de calo, acumula sujeira e atrai insetos. Ao deixar de serem tosadas, as ovelhas podem sofrer ainda com problemas de queimaduras.

 

Bernhard lembra que as tosas são feitas em todas as épocas, depende do manejo de cada um e sua preferência, mas a concentração maior é na saída do inverno, entrada da primavera. Independentemente do período escolhido, o médico veterinário reforça a importância de acompanhar a previsão o tempo antes de fazer a tosquia. Para quem opta tosar antes do inverno, recomenda-se o uso de capas nos animais, que podem ser feitas com saco de ráfia (usados para armazenar ração e farelo) e devem estar limpos e bem lavados.

 

O Método Tally-Hi, também conhecido como tosquia australiana, é o mais recomendado. “Essa técnica permite a esquila das ovelhas de forma mais rápida que o método tradicional, proporcionando maior conforto para os animais e ganho de produtividade”, diz Bernhard, ao acrescentar que, com este método, o animal não precisa ser amarrado nem maneado em função da agilidade do processo. Por isso, o CRMV-RS recomenda a consulta a médicos veterinários ou zootecnistas habilitados, para garantir o bem-estar animal.

 

 

Assessoria de Comunicação do CRMV-RS

Foto: Jorge Ribaski/Embrapa Florestas