A venda indiscriminada na internet do medicamento Milteforan, utilizado para tratamento da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), precisa ser contida. “A utilização indevida, sem o acompanhamento adequado por um profissional responsável, traz riscos enormes, tanto para o animal quanto para a saúde pública”, alerta Lisandra Dornelles, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS). 
O CRMV-RS enviou ofício ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) solicitando informações sobre as formas de controle da comercialização do medicamento. Esse remédio precisa ser prescrito por médicos veterinários, com receita controlada, e só pode ser vendido por estabelecimento comerciais que estejam cadastrados junto ao Mapa e que possuam responsável técnico.
Justamente por se tratar de uma zoonose muito grave, a Leishmaniose é uma doença de notificação obrigatória, visto que põe em risco a saúde pública. O CRMV-RS está organizando uma jornada científica a respeito dessa doença, a fim de alertar os profissionais envolvidos, os tutores dos animais doentes e a população em geral.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 400 mil novos casos da doença são registrados ao ano em todo o mundo. A transmissão ocorre com a picada do “mosquito-palha” ou “cangalhinha”, como são popularmente chamados os flebotomíneos, insetos vetores da doença. Nos cães, a LVC pode ser assintomática ou os animais podem apresentar sinais como debilidade, alterações dermatológicas (descamação na pele, na orelha etc), crescimento exagerado das unhas, sinais oculares (alopecia ao redor dos olhos), emagrecimento, linfoadenomegalia, entre outros. Tanto os cães assintomáticos quanto os sintomáticos são infectantes e, portanto, são reservatórios e transmissores da doença.

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