No século passado, Albert Einstein previu que, caso as abelhas desaparecessem, a vida na Terra se extinguiria em quatro anos. Apesar de chocante, a declaração do físico alemão é muito verdadeira devido à importância das abelhas para a produção de alimentos e desenvolvimento sustentável. Em função disso, e pelo crescente cenário mundial de extinção desses insetos, a ONU proclamou o dia 20 de maio como Dia Mundial Das Abelhas.
Para marcar a data, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) criou uma campanha de conscientização sobre a relevância das abelhas e as consequências catastróficas caso elas realmente desapareçam. “Estudos científicos alertam que, se nada for feito, as abelhas serão extintas até o ano de 2035. É preciso que sejam adotadas políticas voltadas à preservação, criadas propostas alternativas à monocultura e leis para fiscalização sobre o uso correto de defensivos agrícolas”, afirma a presidente do CRMV-RS, Lisandra Dornelles.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indicam que no Brasil, das 141 espécies de plantas cultivadas para alimentação humana e produção animal, cerca de 60% dependem da polinização pelas abelhas, incluindo frutíferas, leguminosas, oleaginosas entre outras. Dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo, 75% dependem deste inseto. As abelhas são os polinizadores de cultivos mais importantes e representam 87% das espécies que garantem parte da produção agrícola brasileira.
O trabalho das abelhas tem reflexo direto na preservação da vida vegetal, pois possibilita a reprodução das plantas, a manutenção da variabilidade genética e da biodiversidade. Algumas espécies vegetais são tão dependentes das abelhas para se reproduzirem que a extinção destas pode levar à extinção da planta e até mesmo dos animais que se alimentam dela. Ou seja: com o desaparecimento das abelhas toda cadeia alimentar será impactada. A conservação dos polinizadores também é necessária para garantir o aumento sustentável da produtividade agrícola e o fornecimento seguro e diversificado de frutos e sementes.
Segundo a FAO, entre os fatores que predispõem à extinção das abelhas estão a perda do habitat, mudanças climáticas, o uso excessivo de pesticidas, além de doenças que afetam esses insetos. A taxa de desaparecimento das espécies é cem a mil vezes superior ao normal, devido à atividade humana. E os efeitos disso são desastrosos para o futuro dos alimentos, em escala mundial. Sua ausência colocaria em risco três quartos das culturas que dependem, pelo menos em parte, da polinização. Lembrando que melhorar a polinização não só ajuda a mitigar os desastres, mas, com uma melhor gestão, tem o potencial de aumentar a produção e a qualidade das lavouras. Cerca de 40% das espécies de polinização de invertebrados - em particular abelhas e borboletas - estão em risco de extinção. Os polinizadores mais populares são as abelhas, com cerca de 30 mil espécies.
As artes da campanha do Dia Mundial das Abelhas estão disponíveis no link:
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=27.