O resgate de animais em desastres em massa, como por exemplo, em inundações, rompimento de barragens e incêndios, tem a efetiva participação de médicos veterinários e zootecnistas durante o processo. Porém, há a necessidade de estruturar e unificar os procedimentos entre os Estados. Pensando nisso, a Comissão Nacional de Desastres em Massa Envolvendo Animais do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNDM/ CFMV) promoveu, virtualmente, o I Encontro Nacional sobre Desastres em Massa Envolvendo Animais. 

O evento foi realizado nesta quarta-feira (11), por videoconferência, e contou com a participação de 71 representantes de 24 Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs). Representando o CRMV-RS, participaram do encontro a presidente, Lisandra Dornelles, a médica veterinária Moira Ansolch, coordenadora da Comissão de Animais Silvestres do Conselho e o médico veterinário André Caríssimi, que coordenará a comissão do Conselho gaúcho.

“O objetivo da comissão é trabalhar em conjunto com os regionais para pdronizar protocolos em todo o território nacional para as diferentes situações e, além do atendimento imediato dos animais vítimas de desastres, já percebemos a necessidade de trabalhar também as medidas após os acidentes”, destacou a médica veterinária e bióloga Paula Helena Santa Rita, integrante da CNDM e presidente das comissões estaduais de Animais Silvestres (CEAS) e de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres do CRMV-MS.

No encontro, os Conselhos Regionais foram incentivados a criarem suas próprias comissões e grupos de trabalho para agirem em casos como estes. No início da gestão, o CRMV-RS, já atento ao tema, contava com a Comissão de Resgate, que acabou sendo desativada um tempo depois. "Já estamos trabalhando para reativar a comissão e poderemos contar com profissionais competentes e preparados para auxiliar nas medidas necessárias", pontuou a presidente Lisandra Dornelles.

"Num cenário em que as mudanças climáticas e ações diretas do homem fazem com que desastres se tornem cada vez mais frequentes, o evento foi muito oportuno. A formação de equipes multiprofissionais para resposta a desastres precisa de nós, uma vez que todas as espécies animais, tanto domésticas quanto silvestres, sofrem com estes eventos. O socorro a animais em situações de desastre não só é uma questão de compaixão como também uma maneira de minimizar efeitos na nossa biodiversidade e nos animais que muitas vezes são meios de subsistência para as comunidades", declarou a  coordenadora da Comissão de Animais Silvestres do CRMV-RS, Moira Ansolch.

Na ocasião, foi apresentado o Plano Nacional de Contingência aos regionais, narrando, inclusive, o contexto em que surgiu o documento, logo após o rompimento da barragem de rejeitos de minérios em Brumadinho (MG). Na época, ficou clara a necessidade de estruturar um documento para orientar a atuação em campo de médicos veterinários e zootecnistas dispostos a resgatar animais em cenários de desastres em massa.

*Com informações do CFMV.