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CRMV-RS alerta sobre maus-tratos invisíveis contra silvestres
29/04/2021

A última etapa da campanha Abril Laranja: Uma conversa sobre maus-tratos alerta agora sobre atos de crueldade contra animais silvestres. A ideia é conscientizar sobre ações que configuram como maus-tratos, mas que passam despercebidas, ou seja, que as pessoas cometem sem se darem conta. Uma das práticas mais comuns é alimentar os silvestres de forma inadequada, podendo gerar doenças, alterar seu comportamento na busca por comida, além de aproximá-los de predadores como cães, gatos, caçadores e traficantes de fauna. 


Quem tem roedores e coelhos em casa pode estar gerando sofrimento a esses animais sem perceber, pelo simples fato de privá-los do ato de roer. Muita gente não sabe, mas os dentes deles crescem a vida toda, por isso, necessitam de desgaste constante, através do consumo de alimentos com fibras vegetais próprios para a espécie. O desgaste inadequado pode comprometer sua qualidade de vida, gerando problemas como o hipercrescimento e má-oclusão dentária, além de problemas gastrointestinais. 


Outra prática bem comum que configura como maus-tratos é manter o animal em locais inadequados para a espécie: gaiolas, aquários e terrários muito pequenos que geram desconforto, estresse e lesões. Pisos ou poleiros inadequados, por exemplo, podem causar doenças articulares. É preciso oferecer espaço e condições para que o animal expresse o seu comportamento natural. Além disso, muitas doenças são provocadas por higiene inadequada. A troca da água, retirada dos restos de alimentos, fezes e urina, assim como a lavagem dos recipientes com água e sabão deve ser diária. Não esqueça de se informar quanto às particularidades de temperatura e umidade ideais para seu pet.


Até o ato de deixar o silvestre “brincar” com animais de outras espécies, como cães e gatos gera estresse e é considerado crueldade. Muitos acidentes envolvendo pets silvestres têm como causa estas interações. Por mais inofensivo que pareça, um cão brincar com um papagaio ou jabuti por exemplo, pode ser perigoso e, muitas vezes, fatal. Além disso, pode ocorrer transmissão de doenças entre estas espécies, com consequências sérias por isso sempre se certifique de que os pets estão seguros.


Ao invés de incentivar “brincadeiras” nocivas o correto é oferecer enriquecimento ambiental adequado aos animais silvestres como brinquedos, tocas e alimentos diferentes que podem ajudar o pet a afastar o tédio e estimular seus instintos. Outro ponto importante para evitar maltratar sem saber é ficar atento ao banho de sol do seu silvestre. Iluminação excessiva ou diminuída altera os ciclos de sono e até os ciclos reprodutivos do seu pet. Os animais devem ter ciclos de atividade e descanso ao longo do dia, com iluminação que não altere o ritmo biológico natural. A exposição ao sol é importante para a saúde dos ossos na maioria das espécies.


E lembre-se: nunca adquira um pet silvestre por impulso. Esses animais têm necessidades muito variáveis e específicas, eles podem depender de você por mais tempo do que você imagina: jabutis e papagaios podem chegar a 60 anos de idade. Por outro lado, um hamster chinês vive em média 2 anos. Informe-se e avalie se sua compra vai suprir as suas expectativas.

  
Vale lembrar que atos de crueldade contra animais e abandono são crimes previstos no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98. A prática de abuso e maus tratos a animais é punida com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e a proibição de guarda. 

 

As peças ficam disponíveis para download gratuito no site do CRMV-RS, no link https://www.crmvrs.gov.br/campanhas.php, com versões para imprimir e usar nas redes sociais. Neste link também é possível acessar todas as campanhas institucionais realizadas pelo Conselho.