O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, solicitou a revisão do ofício que retirou os médicos veterinários do grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. Em audiência nesta terça-feira (27), em Brasília, com presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Lisandra Dornelles, Mato Grosso do Sul (CRMV-MS), Rodrigo Piva, Mato Grosso (CRMV-MT), Roberto Renato, e Goiás (CRMV-GO), Rafael Vieira, o ministro destacou a importância da categoria como profissionais de saúde e seu papel fundamental para a população.

Queiroga recebeu o ofício nº 484/2021 da presidente do CRMV-RS com as justificativas que buscam corrigir o que os conselhos entendem ter sido um mal-entendido. Confira:

Considerando que a transmissão de doenças dos animais para o homem pode ocorrer através do consumo de alimentos de origem animal, que são inspecionados e fiscalizados pelos médicos veterinários;

Considerando que a transmissão de doenças dos animais para o homem pode ocorrer através do convívio com os animais de estimação, que têm sua saúde atendida pelos médicos veterinários;

Considerando dessa forma que a medicina veterinária é uma ciência essencialmente profilática e que cuidar da saúde dos animais é prevenir diariamente o adoecimento dos homens, através do controle das zoonoses;

Considerando que o sistema de saúde já está colapsado em função da pandemia, não sendo possível cogitar a possibilidade de termos surtos de outras doenças, tanto pela falta de leitos quanto pela falta de profissionais de saúde;

Considerando que fomos convocados e treinados por esse Ministério, para atuação na linha frente durante a pandemia, sujeitos a sermos convocados a qualquer momento;

Considerando o simples fato do nome da profissão ser MEDICINA Veterinária, já não deveria restar nenhuma dúvida de que somos profissionais da saúde, visto a comprovação da indissociabilidade dos três pilares da saúde única, que são a saúde humana, animal e ambiental, onde apenas o médico veterinário é habilitado a atuar em todos eles.

Em virtude desses e de outros fatos e da dificuldade que estamos tendo em receber a vacina em diversos municípios espalhado por todo o país, e ainda mais recentemente, da negativa de aplicação de segunda dose, fato que configura crime contra a saúde pública, gostaria de solicitar uma audiência, como profissional da saúde preocupada com o rumo que está tomando a imunização de toda população por conta da interferência do Ministério Público em assuntos que não são de sua competência.

Estarei em Brasília durante o dia 27 de abril, terça-feira, e anseio por poder levar ao seu conhecimento as diversas situações que estamos passando em todos os Estados da União.